terça-feira, 15 de junho de 2010

planeta

Planeta, como definido pela União Astronômica Internacional (UAI), é um corpo celeste orbitando uma estrela ou restos estelares que tem massa suficiente para haver rotação em torno de si (através da gravidade) e, não tem massa suficiente para causar fusão termonuclear, tendo, ainda, limpado a vizinhança de sua órbita.[1][2]

Na última década foram já descobertos mais de 300 planetas extra-solares, provando que a ocorrência destes corpos é universal.

Índice

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[editar] Histórico

A palavra "planeta" vem do grego πλανήτης — "planētēs", "plan", que significa "aquele que vagueia", visto que os astrônomos antigos observavam como certas luzes se moviam através do céu em desacordo com as estrelas. Eles acreditavam que esses objetos juntamente com o Sol e a Lua orbitavam a Terra considerada estacionária no centro.

Dimensão relativa dos planetas do Sistema Solar e de várias outras estrelas conhecidas.

O número original de planetas era sete: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter, e Saturno, em órbitas determinadas segundo o sistema definido por Ptolomeu.

Posteriormente, com a adoção do heliocentrismo, a Terra passou a ser considerado planeta enquanto o Sol e a Lua perderam esse status. Com a invenção do telescópio permitiu-se a descoberta de Urano (1781), Neptuno (1846) e Plutão (1930). Plutão entretanto, a partir da resolução de 24 de agosto de 2006 da União Astronômica Internacional, deixou de ser considerado um planeta, passando ao status de planeta anão.

A definição adotada preenche um vazio que existia neste campo científico desde os tempos do astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543). A nova definição estabelece três grupos de corpos celestes. O primeiro inclui os oito planetas "clássicos": Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno. O segundo grupo inclui Ceres, Plutão, Haumea, Makemake e Éris, são os planetas anões e o terceiro grupo é formado por pequenos corpos do sistema solar, tais como asteróides e cometas.[1]

[editar] Controvérsias

Até o ano de 2006, considerava-se Plutão o nono planeta do sistema solar. A controvérsia foi iniciada pela descoberta de Éris, corpo celeste que se situa além da órbita de Neptuno e tem dimensões superiores às de Plutão.

Plutão, descoberto em 1930 pelo cientista norte-americano Clyde Tombaugh (1906-1997), foi objeto de polêmica há décadas, principalmente por causa do seu tamanho, cujas estimativas foram reduzidas ano após ano e cujo valor atual foi estabelecido em 2.300 quilômetros de diâmetro.

Assim, Plutão é muito menor que a Terra (12.750 quilômetros) e até mesmo menor que a Lua (3.480 quilômetros) e Éris (3.000 quilômetros), que no entanto está muito mais longe do Sol.

Outro argumento contra Plutão é a forma pouco ortodoxa de sua órbita, cuja inclinação não é paralela à da Terra e a dos outros sete planetas do Sistema Solar.

Desta forma, a União Astronômica Internacional criou uma categoria de um corpo celeste chamada de planeta anão, dentro da qual estão incluídos Plutão, Haumea, Éris, Makemake e também o asteróide Ceres, situado entre as órbitas de Marte e Júpiter. O termo planeta anão ainda poderá vir a ser aplicado a outros doze corpos do Sistema Solar, (3 asteróides e 9 transneptunianos): Vesta, Palas e Hígia; Orco, Sedna, Quaoar, 2002 TC302, Varuna, 2002 UX25, 2002 TX300, Ixion e 2002 AW197, que estão na lista de possíveis planetas anões da União Astronômica Internacional e que aguardam mais estudos para que possam ser categorizados como "planetas anões" ou corpos menores do Sistema Solar, entre os quais está Sedna.

[editar] Formação Planetária

Concepção artistíca de um disco protoplanetário.

Não se sabe ao certo como os planetas são formados. A teoria mais aceita é que eles são formados das sobras de uma nebulosa que não se condensam sob ação da gravidade para formar uma protoestrela. Em vez disso, essas sobras se tornam um fino disco protoplanetário de pó e gás que gira em volta de protoestrela e começa se condensar sobre concentrações locais de massa dentro de discos conhecidos como planetesimais. Essas concentrações ficam cada vez mais densas até que eles colapsam pela gravidade para formar-se protoplanetas.[3] Depois que um planeta consegue um diâmetro maior do que uma lua terrestre, ele começa a acumular uma atmosfera extensa. Isto amplia a razão de captura do planetesimal por um fator de dez.[4]

Os impactos enérgicos planetesimais menores aquecerão o planeta crescente, causando-o, pelo menos, uma fusão parcial. O interior do planeta começa a diferenciar-se pela massa, desenvolvendo um núcleo denso. Os menores planetas terrestres perdem a maior parte das suas atmosferas devido a este aumento, mas os gases perdidos podem ser substituídos por gases originários do manto interior e do impacto de cometas subseqüente.[5](Observe que os planetas menores perderão qualquer atmosfera que eventualmente ganhem por vários mecanismos de escape.)

Com a descoberta e a observação de sistemas planetários em volta de estrelas outras além do nosso próprio, tem permitido elaborar, revisar ou mesmo substituir estas contas. Acredita-se agora que o nível de características metálicas determina a probabilidade que uma estrela tem de possuir planetas.[6] Portanto, acredita-se que é menos provável que um pouco metálico, estrela população II tenha um sistema planetário substancial do que um muito metálico estrela população II.

[editar] Categorias

Os astrônomos distinguem planeta, planeta anão e pequenos corpos de sistema solares.

Os planetas dentro do nosso sistema solar podem ser divididos em categorias segundo sua composição.

  • Planetas telúricos (ou planetas sólidos): Planetas que são similares a Terra — com corpos largos compostos de rocha: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.
  • Planetas gasosos (ou planetas jovianos): Planetas com uma composição largamente composta por materiais gasosos: Júpiter, Saturno, Urano, Neptuno.
  • Planetas urânicos (ou gigante de gelo): são uma subclasse dos planetas gasosos, distinguidos dos verdadeiros jovianos por sua deflexão no hidrogênio e hélio e uma composição significante de rochas e gelo.

[editar] Planetas do Sistema Solar

Planetas e planetas anões do sistema solar. (tamanho em escala, as distâncias não estão em escala).
Os planetas telúricos: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte (tamanho em escala).

Abaixo estão eles em ordem crescente de distância do Sol, com seu respectivo símbolo astronômico e o número de satélites naturais:

Planetas sólidos

  • Mercúrio ( ☿ ) sem satélites naturais confirmados
  • Vénus ( ♀ ) sem satélites naturais confirmados
  • Terra ( ⊕ ) com um satélite natural confirmado: a Lua
  • Marte ( ♂ ) com dois satélites naturais confirmados: Fobos e Deimos

Planetas gasosos

[editar] Atributos dos planetas do Sistema Solar

Atributos dos planetas do Sistema Solar
Nome Diâmetro*
do equador
Massa* Raio
orbital* (UA)
Período orbital*
(anos)
Inclinação
orbital
(°)
Excentricidade
orbital
Período de rotação *
(dias)
Satélite(s) natural(is)
Mercúrio 0,382 0,06 0,387 0,241 7,00 0,206 58,6 nenhuma
Vênus 0,949 0,82 0,72 0,615 3,39 0,0068 -243 nenhuma
Terra** 1,00 1,00 1,00 1,00 0,00 0,0167 1,00 1
Marte 0,53 0,11 1,52 1,88 1,85 0,0934 1,03 2
Júpiter 11,2 318 5,20 11,86 1.31 0.0484 0,414 63
Saturno 9,41 95 9,54 29,46 2,48 0,0542 0,426 56
Urano 3,98 14,6 19,22 84,01 0,77 0,0472 -0.718 27
Neptuno 3,89 17,2 30,06 164,8 1,77 0.0086 0,671 13

*Medidas relativas a Terra.

**Veja o artigo Terra para valores absolutos.

Referências

  1. a b IAU 2006 General Assembly: Result of the IAU Resolution votes. International Astronomical Union (2006). Arquivado do original em 2007-10-25. Página visitada em 2008-08-23.
  2. Working Group on Extrasolar Planets (WGESP) of the International Astronomical Union. IAU (2001). Página visitada em 2008-08-23.
  3. G. W. Wetherill (1980) "Formation of the Terrestrial Planets". Annual Review of Astronomy and Astrophysics 18 77-113
  4. S. Inaba, M. Ikoma (2003) Enhanced Collisional Growth of a Protoplanet that has an Atmosphere" Astronomy and Astrophysics 410 711-723
  5. Musgrave, Ian (1998) The Standard Model of Planet Formation. Acessado em 23 de Julho de 2006
  6. Lifeless Suns Dominated The Early Universe. Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics. Acessado em 26 de Agosto de 2006

[editar] Ver também

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